Olá pessoal,
Passada a correria pro lançamento no Festival Internacional de Quadrinhos - FIQ 2013, passarei a falar por aqui um pouco mais sobre o processo criativo por trás do Tirânica.
Tirânica surgiu de uma ideia minha em uma noite de insônia. A princípio, eu e Matheus Sant'Anna estávamos nos organizando, em meados de 2013, para preparar uma HQ para o FIQ. O projeto no entanto era bem diferente do que publicamos (pretendíamos escrever uma história policial), no entanto, o tema das revoltas populares que eclodiram no Brasil e Turquia surgiu como um bombardeio na mídia e nas redes sociais e vários questionamentos foram surgindo na minha cabeça. Eu decidi que eu precisava por aquilo no papel.
Na manhã seguinte, mandei uma mensagem pro Matheus que prontamente topou o desafio. A nossa ideia era termos uma HQ de 20 páginas que seria impressa de maneira bem artesanal, mais com o intuito de jogarmos nossas ideia pra reflexão das pessoas.
Primeira ideia de Capa
No entanto, o roteirista André Alonso, criador de um outro projeto do qual faço parte, o Egum, precisava de uma HQ para ser lançada pelo seu recém criado selo, Oroboros. A HQ seria usada como premiação dos colaboradores do Egum no Catarse. A necessidade do André no entanto, era por uma HQ de 40 páginas e com isso nosso projeto cresceu bastante, inclusive em termos de equipe e acabamento.
Pin Up criado para o livro Egum
Logo do Selo Oroboros
O roteiro do Matheus teve também a colaboração do André e eu resolvi escrever um dos epílogos, e convidei meu parceirão de longa data Anderson Cabral pra ilustrar. Além disso o André escreveu um conto de 4 páginas desenhado pela Giovanna "Eudetenis".
Página do Anderson Cabral
Página da Giovanna "Eudetenis"
Resolvi tomar um pouco mais de liberdade na produção de certas cenas, haja vista que não tínhamos mais uma limitação tão grande no número de páginas. Isso em termos de desenho, me permitiu brincar um bocado com a narrativa. O Matheus propôs fazer a voz da população na cena inicial, ser representada apenas por um sinal de ECG e eu curti muito a ideia. O André por sua vez, também curtiu tanto esse recurso narrativo, que propôs estendê-lo pra todo o álbum.
Em termos de arte, na história principal, que tem 29 páginas, eu resolvi usar dois estilos distintos, sendo algumas páginas feitas em aguadas e outras em branco e preto em contraste. As páginas onde a aguada é utilizada são as páginas onde temos a participação dos rebeldes, ao passo que as páginas em contraste, são as páginas do tirano. No terceiro ato, quando o Tirano finalmente encontra os rebeldes, a arte volta a ser feita em aguada. O simbolismo aqui é mostrar o Tirano dentro do mundo dos rebeldes.
Pouco mais de um mês após o início da produção, concluímos o projeto e apesar da correria, confesso que fiquei bem feliz com o resultado e principalmente com a reação das primeiras pessoas que leram.
Então é isso. Em breve iniciaremos as vendas online, mas os interessados já podem me enviar um e-mail pra reservar uma cópia. silviodb77@hotmail.com
Abração e até a próxima!